Mair Pena Neto, Direto da Redação“Veja colocou a pá de cal em sua decadente trajetória com a matéria publicada na última edição, na qual se valeu de todos os métodos, inclusive criminosos, para corroborar uma de suas teses, desta vez a de que o ex-ministro José Dirceu conspira contra o governo de Dilma Rousseff.
A matéria não se sustenta jornalisticamente, com uma série de ilações e conclusões frágeis, porém o mais grave foi o seu método de apuração, com recurso à espionagem, invasão de privacidade e outros delitos, o que levou seu repórter a ser denunciado pelo hotel em que José Dirceu estava hospedado por tentativa de violação de domicílio. Para quem não leu a matéria ou o que já foi escrito sobre ela, o repórter da Veja hospedou-se no mesmo hotel de Dirceu, em Brasília, e tentou por duas vezes entrar no quarto do ex-ministro, primeiro passando-se por hóspede do apartamento que tinha esquecido as chaves, e, depois, por assessor da prefeitura de Varginha que fazia questão de deixar no quarto "documentos relevantes".
O que pretendia o repórter caso fosse bem sucedido em sua empreitada? Fuçar papéis e documentos do investigado? Roubá-los caso encontrasse algo que fosse ao encontro da tese da reportagem? Quem o orientou a agir dessa maneira? Seu chefe imediato, os editores da revista, o dono da editora que a publica? As perguntas são muitas e todas complicam ainda mais a situação de Veja e sua forma de fazer jornalismo.
A revista foi além e publicou imagens gravadas no corredor do andar do hotel em que Dirceu se encontrava, que mostram o ex-ministro com outras figuras da política brasileira. Veja não esclarece como obteve as imagens, mas parece pouco provável que as tenha conseguido com o próprio hotel, o que reforça as suspeitas de que tenha instalado algum equipamento por conta própria, o que aumenta a gravidade do delito. Trata-se, primeiro, de um caso de polícia. Depois, de grave atentado à ética jornalística.”Artigo Completo, ::
Nenhum comentário:
Postar um comentário