Semana passada, o presidente Barack Obama lançou seu plano contra o desemprego que assola os EUA. Previa uma série de desonerações fiscais para qeu as empresas pudessem contratar mais, mas também definia aumento de impostos sobre as faixas de renda mais altas, acima de US$ 250 mil anuais.
Obama diz que dará amanhã os detalhes destes aumentos, mas o assunto já provoca reações negativas mesmo dentro do Partido Democrata.
Claro que, dos republicanos, já se esperava a grita: seus líderes estão chamando de estímulo à “luta de classes” a política, que leva o nome de “Regra Buffett”, uma referência ao bilionário Warren Buffet, que sugeriu, num artigo, que os super-ricos estão sendo “mimados” com baixos impostos.
Mas lá, como aqui, para cada Warren Buffet há centenas de porta-vozes de uma camada empresarial e de classe média que preferem o caos e mais alguns dólares de imposto sobre as altíssimas rendas. É bom lembrar – o pessoal do nosso “Movimento Cansei” cansa de esquecer – que o imposto de renda nos EUA é mais alto do que no Brasil, para quem ganha acima de R$ 12 mil por mês. E que o plano de Obama atinge também empresas de setores altamente lucrativos, como o petróleo.
Parece haver, por isso, dissenções dentro da base de apoio a Obama. As eleições congressuais são, também, em 2012 e há quem não queria se indispor com ninguém.
De outro lado, Obama não é mais um trator eleitoral entre as classes populares, como mostra a série de pesquisas da Gallup. Entre os norte americanos negros e, sobretudo, entre os de origem hispânica – latina seria mais bem dito – sua aprovação tem caído de forma expressiva, e hoje ele tem o seu mais baixo índice (39%), contra 52% que o reprovam.
Vai ser uma longa batalha e, talvez, a chance derradeira de Obama recuperar o apoio que teve em sua primeira eleição.
E difícil que isso ocorra, porém. Obama mostrou, ao longo de três anos, que tem mais apetite pela concessão do que pelo enfrentamento. E isso talvez lhe seja eleitoralmente fatal.
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