terça-feira, 27 de setembro de 2011

O pré-sal vai de vento em pôpa




Como quase não passa um dia sem que os jornais tragam alguma notícia negativa em relação à Petrobras, quando as novidades são boas, a gente tem quase de espalhar a informação.
Hoje, o gerente de planejamento de Exploração e Produção da estatal, Mauro Yusi Hayashi, anunciou que a produção do pré-sal brasileiro já atinge 130 mil barris/dia. E vai chegar a 1 milhão de barris/dia, em seis anos. Podia até ser mais, mas o engenheiro Hayashi explica porque a limitação.
- Temos que calibrar a curva de produção com a capacidade das unidades de produção. Não adianta perfurar muitos poços se a plataforma tem limitação. O crescimento da produção está limitada por isso e um melhor desempenho dos poços vai se refletir num tempo de vida maior dos poços.
Aí está o motivo de ser tão importante investir na expansão no nosso parque de refino: se não tivernos capacidade de processar parte do petróleo excedente ao nosso consumo, teremos de exportá-lo em bruto. É um bom negócio, mas o de exportar derivados de primeira geração – obtidos diretamente do refino – e de segunda geração, produzidos pelas indústrias petroquímicas, estaremos desperdiçando a chance de ampliarmos não apenas nossas receitas, mas nossas indústria, os empregos e a cadeia de conhecimento que este setor produz.
Além da Petrobras, há previsão de enorme crescimento na produção de outras petroleiras – especialmente a OGX e a Repsol-Sinopec, na Bacia de Campos, e, portanto, de maiores excedentes.
Por isso, é esdrúxula a ideia de sair correndo com novas licitações, sobretudo quando pode – possibilidade, apenas, mas possibilidade – de ter sido descoberta uma nova área de grande capacidade (e qualidade) ao largo do litoral de Sergipe. O índice de sucesso exploratório da Petrobras no pré-sal é de cerca de 80 por cento, enquanto na média mundial é de 30 por cento, o que, segundo Hayashi, reduz custos imensamente, ao diminuir o número de poços a serem perfurados.
Não podemos deixar que ocorra com o petróleo o mesmo que ocorre com o ferro: correr para exportar, ter lucro rápido e não usa-lo como ferramenta do desenvolvimento nacional.


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