sexta-feira, 22 de julho de 2011

Denúncia de corrupção no Ministério dos Transportes vêm desde o governo FHC



O Ministério dos Transportes enfrentou situações semelhantes de suspeitas de superfaturamento, desvios e má utilização de verbas públicas sem explicações plausíveis ao longo dos últimos 12 anos. Elas começaram a surgir no segundo mandato de Fernando Henrique Cardoso até chegar às denúncias veiculadas no início de julho, que provocaram a demissão, até o momento, de 15 servidores, incluindo o ministro Alfredo Nascimento.
Durante o governo Fernando Henrique, estouraram os primeiros escândalos no setor, nos tempos em que o atual Dnit ainda se chamava DNER (Departamento Nacional de Estradas de Rodagem). Ao longo do segundo mandato de FHC, o Ministério dos Transportes, ocupado pelo ex-deputado Eliseu Padilha (PMDB-RS), foi envolvido no chamado “escândalo dos precatórios do DNER”. Integrantes do atual DEM, ex-PFL, propuseram a criação de uma CPI, que acabou não acontecendo.
No início do governo Lula, novo escândalo com a pasta, desta vez envolvendo o atual prefeito de Uberaba, Anderson Adauto. Na época filiado ao PL — partido que deu origem ao PR — Adauto foi apontado como suspeito de criar aditivos fictícios para obras em rodovias que, posteriormente, seriam repassados para os cofres do partido. Adauto também foi denunciado por caixa 2 no processo do mensalão, que tramita no Supremo Tribunal Federal (STF).
Dilma já exonerou 15 pessoas em 19 dias de crise e não há sinais de que a degola vai parar. Para representantes do setor privado, os sinais emitidos pelo Planalto são positivos. “O setor privado apoia a presidente e ela tem demonstrado que não contemporiza com esse tipo de irregularidade”, disse o presidente da Confederação Nacional da Indústria (CNI), Robson Andrade. Mas lembra que o governo precisa dar sinais claros do que pretende com essas mudanças. A indústria, por exemplo, aguarda há seis meses um projeto consistente para o setor empresarial.
O líder do governo na Câmara, Cândido Vaccarezza (PT-SP), não vê diferenças consistentes no estilo da presidente Dilma e do ex-presidente Lula. Ele reconhece que a atual mandatária é mais técnica e gerencial que política — o que difere de Lula — mas não acha que isso signifique mais ou menos contemporização com a corrupção. “Lula também demitiu companheiros quando se comprovaram irregularidades”, disse. Vaccarezza também poupou Fernando Henrique Cardoso de críticas. “Não creio que FHC tenha sido conveniente com desmandos. Todos enfrentam problemas éticos”, completou.


Informações do Correio


No governo FHC


Os ralos do DNER


O DNER foi o principal foco de corrupção no governo de FHC. Seu último avanço em matéria de tecnologia da propina atende pelo nome de precatórios. A manobra consiste em furar a fila para o pagamento desses títulos. Estima-se que os beneficiados pela fraude pagavam 25% do valor dos precatórios para a quadrilha que comandava o esquema. O órgão acabou sendo extinto pelo governo e criado o DENIT

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