segunda-feira, 18 de julho de 2011

Imaginem se fosse o Dunga




Luiz Antônio Venker Menezes, mais conhecido como Mano Menezes, assumiu o comando da Seleção Brasileira em 23 de julho do ano passado. Substituiu o técnico Dunga após a derrota do Brasil nas quartas de final da Copa do Mundo da África do Sul. Desde então, a equipe que treinou não logrou vencer um só adversário de peso.


A primeira partida da Seleção sob o comando de Menezes foi contra os Estados Unidos, equipe reconhecidamente fraca que vencemos por 2 a 0. Para aquela partida, convocou-se os tão pedidos Neymar e Paulo Henrique Ganso, que não foram para a Copa do Mundo e provocaram verdadeira crucificação de Dunga pela mídia, muito mais por sua briga com a Globo durante o Mundial de 2010.


O segundo jogo da Seleção foi contra a equipe reserva do Barcelona, que o Brasil venceu por 3 a 0. Depois venceu o Irã por 3 a 0 e a Ucrânia por 2 a 0.


Apesar dos adversários, a mídia passou a exaltar Menezes pelo “feito” de ter conseguido três vitórias em suas três primeiras partidas, dizendo que isso não acontecia desde Carlos Alberto Parreira na década de 90. A exaltação não levou em conta que os jogos foram contra adversários para lá de pífios.


A quarta partida da seleção sob o comando de Mano Menezes foi contra a Argentina, em novembro do ano passado. O Brasil perdeu por 1 a 0. Neste ano, em fevereiro, voltamos a perder da França, desta vez por 1 a 0 em um jogo amistoso.


Em março, o Brasil voltou a vencer outro adversário pífio, a Escócia, por 2 a 0. A seleção ainda jogou os amistosos preparatórios para a Copa América, empatando contra os Países Baixos (0 a 0) e vencendo a Romênia (1 a 0).


No primeiro torneio do novo técnico, a Copa América de 2011, os resultados foram medíocres. Empatamos contra a Venezuela (0 a 0) e contra o Paraguai (2 a 2). E foi só vencermos a pífia seleção do Equador (4 a 2) para a mídia voltar a exaltar o técnico que as más línguas dizem que a Globo impôs a Ricardo Teixeira.


Apesar do linchamento da mídia contra Dunga, a Seleção treinada por ele venceu 21 dos 26 jogos amistosos que disputou, conquistou a Copa América de 2007, a Copa das Confederações de 2009 e foi a primeira colocada nas Eliminatórias da Copa do Mundo de 2010. E a Seleção Olímpica, que Dunga também treinou, venceu oito dos nove jogos que disputou.


A mera comparação das críticas da mídia contra Dunga com o tratamento dispensado a Menezes, que não conseguiu vencer um só jogo contra um adversário de peso, diz tudo sobre a derrota vergonhosa sofrida pela Seleção neste domingo diante do Paraguai, quando o Brasil perdeu nada mais, nada menos do que QUATRO pênaltis consecutivos.


Quem acha que a mídia – sobretudo a Globo – só prejudica o Brasil no que diz respeito ao seu partidarismo político, agora pode ver que, ao fazer de Ricardo Teixeira o dirigente eterno da Seleção, prejudica este país em muitas outras áreas. Política e futebol são apenas duas delas.


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