sexta-feira, 8 de julho de 2011



A entrevista com o novo presidente da Vale, Murilo Ferreira, publicada ontem no jornal Valor Econômico é bastante ilustrativa do significado da mudança de direção na empresa.


O investimento em siderurgia, particularmente na ALPA em Marabá agora não é mais tratado como uma imposição do governo, mas como opção estratégica da empresa em um conjuntura de crescimento do consumo de aço no médio prazo.


Ferreira encontrou há duas semanas com a Presidenta Dilma e pediu apoio do governo em obras de infraestrutura - porto e hidrovia do Tocantins - fundamentais para a complementação do investimento que está sendo feito na ALPA, em Marabá.


Trechos da entrevista


Valor: Qual é a estratégia da Vale para a siderurgia? A empresa ainda vai continuar mantendo projetos com parceiros exportadores e consumidores do produto? o Mundo hoje está com excesso de aço.

Ferreira: A China, no ano passado, produziu 630 milhões de toneladas de aço e este ano, em abril, atingiu 715 milhões de toneladas em base anualizada. O que quero dizer é que os chineses continuam fazendo siderúrgicas. Esse excesso que pode haver na China , está em unidades mais antigas, obsoletas, em outras partes do mundo, em empresas que perderam competitividade.[...]


Valor: e a Vale?

Ferreira: A empresa tinha 70% do mercado interno de fornecimento de minério de ferro . Hoje está em torno de 50%. E a previsão para 2014 é baixar para 29%. [...] Queremos, portanto, recuperar nossa participação e, para isso, estamos agindo como indutores de projetos[...].


Valor: e a ALPA, no Pará?

Ferreira: Esta usina terá sua implantação, assim como a de Pecém, submetida ao conselho da Vale no segundo semestre. No caso da ALPA, vamos começar como 100% de participação, mas sabemos que daqui a pouco tempo vai gerar interesse de outras empresas mundo afora, quando verem os percentuais de crescimento do Brasil.[...]


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