sexta-feira, 8 de julho de 2011

Piada de Rafinha sobre estupro vira caso de polícia




Foto: DIVULGAÇÃO


Humorista pode ser investigado por incitação ao crime. O motivo é a piada de mau gosto em que ele afirma que mulheres estupradas deveriam agradecer por terem sido violentadas.


08 de Julho de 2011 às 07:29

Fernando Porfírio - 247 – Uma piada de mau gosto levou a promotora de Justiça Valéria Diez Scarance Fernandes, coordenadora do Núcleo de Combate à Violência Doméstica e Familiar da Capital, a pedir ao delegado diretor do Departamento de Polícia Judiciária de Capital (DECAP), Carlos José Paschoal de Toledo, a abertura de inquérito policial contra o humorista e apresentador do CQC, Rafinha Bastos.


O inquérito quer apurar a prática de incitação ao crime e de apologia de crime em razão de supostas afirmações do humorista sobre o crime de estupro tanto em apresentações no Clube de Comédia como em entrevista publicada na edição de maio da revista Rolling Stone.


No ofício, a promotora destaca que o humorista compara publicamente o estupro a “uma oportunidade” para determinadas mulheres e o estuprador a um benfeitor, digno de “um abraço”.


“O estupro é um crime. O estuprador é um criminoso que deve ser punido e não publicamente incentivado”, afirma a promotora de justiça. “Dessa forma, imperiosa a instauração de inquérito policial para a apuração dos fatos”, completa.


“Toda mulher que eu vejo na rua reclamando que foi estuprada é feia... Tá reclamando do quê? Deveria dar graças a Deus. Isso pra você não foi um crime, e sim uma oportunidade. Homem que fez isso não merece cadeia, merece um abraço”, disse o humorista em seu show de comédia stand-up e reproduzido na revista Rolling Stone.


A polêmica deu notoriedade ao humorista. O jornal norte-americano the New York Times apontou o apresentador como homem mais influente na rede do Twitter.

A requisição de instauração de inquérito é resultado de representação feita à Promotoria de Justiça pela coordenadora do Núcleo Especializado de Promoção e Defesa dos Direitos da Mulher, da Defensoria Pública do Estado de São Paulo, Thais Helena Costa Nader.


Nenhum comentário: