sexta-feira, 13 de julho de 2012

Brasil, Índia e Coréia crescem antes. Xô, Urubólogos



FHC levou a “teoria da dependência” à prática. Tirou sapatos na Economia e na Política externa.


Saiu no Valor artigo de Dani Rodrik:

Os vencedores na nova economia


(…)

Independentemente de como enfrentem suas dificuldades atuais, a Europa e os EUA sairão (da crise) com dívida elevada, baixas taxas de crescimento e política interna contenciosa. Mesmo no melhor dos cenários, em que o euro permaneça intacto, a Europa ficará emaranhada na árdua tarefa de reconstruir a sua esgarçada união. E, nos EUA, a polarização ideológica entre democratas e republicanos continuará a paralisar a política econômica.

(…)

Os que se verão em situação relativamente melhor compartilharão três características. Primeiro, não ficarão pressionados por níveis elevados de dívida pública. Segundo, não ficarão excessivamente dependentes da economia mundial e seu motor de crescimento econômico será interno, em vez de externo. Finalmente, serão democracias robustas.

(…)

Crescimento puxado por demanda doméstica será uma estratégia de crescimento mais confiável do que o gerado por exportações. Isso significa que países com um grande mercado interno e uma classe média próspera terão uma vantagem importante.

Finalmente, as democracias terão melhor desempenho, porque dispõem de mecanismos institucionalizados de negociação de conflitos, não disponíveis em regimes autoritários.
Democracias como a Índia podem parecer, em determinados momentos, mover-se muito lentamente e serem propensas à paralisia. Mas proporcionam espaços para consultas, cooperação e negociação de compromissos entre grupos sociais antagônicos, cruciais em momentos de turbulência e de choques.

Na ausência de tais instituições, conflitos distributivos podem facilmente transbordar para uma forma de manifestações de protesto, distúrbios nas ruas e desordem civil. É nisso que as democráticas Índia e África do Sul levam vantagem sobre a China ou a Rússia. Países que caíram nas garras de líderes autocráticos – como a Argentina e a Turquia – estarão também em desvantagem cada vez maior.

Um importante indicador da magnitude dos desafios da nova economia mundial é que poucos países satisfazem os três requisitos. De fato, algumas das mais espetaculares histórias de sucesso econômico de nosso tempo – a da China, em especial – não cumprem mais de um dos requisitos. Será um momento difícil para todos. Mas alguns países – como o Brasil, a Índia e a Coreia do Sul – estarão em posição melhor do que os demais. (Tradução de Sergio Blum)

Dani Rodrik professor de Economia Política Internacional na Universidade de Harvard, é autor de “The Globalization Paradox: Democracy and the Future of the World Economy (O paradoxo da globalização: a democracia e o futuro da economia mundial). Copyright: Project Syndicate, 2012.


Não deixar de ler também: “OCDE diz que o Brasil cresce antes”.




 
Dentre os mais respeitados economistas do mundo, Rodrik foi um que não caiu no conto da Carochinha de que a globalização e o neolibelismo (*) iam salvar a Pátria.
Sempre atenuou o impacto da globalização sobre o crescimento e acentuou o papel dinâmico que o intervencionismo estatal e o protecionismo também moderado podem desempenhar
É daquele tipo de gente que a Urobologia não cita.
Prefere levar o Farol de Alexandria a sério.
Hoje, no Estadão, na página A8, sociólogos enaltecem o obscuro prêmio que FHC recebeu nos Estados Unidos, quando aproveitou para falar mal do Brasil – o que fez sempre ao atravessar a linha do Equador em direção ao Norte.
Chegam a dizer que a obra teórica do Grande Sociólogo teve impacto na realidade.
Aí, eles têm razão: FHC levou a “teoria da dependência” à prática.
E tirou os sapatos na Economia e na Política externa.
Dependência completa !
Que o Rodrik não subscreveria.



Paulo Henrique Amorim


(*) “Neolibelê” é uma singela homenagem deste ansioso blogueiro aos neoliberais brasileiros. Ao mesmo tempo, um reconhecimento sincero ao papel que a “Libelu” trotskista desempenhou na formação de quadros conservadores (e golpistas) de inigualável tenacidade. A Urubóloga Miriam Leitão é o maior expoente brasileiro da Teologia Neolibelê.

 http://www.conversaafiada.com.br/economia/2012/07/13/brasil-india-e-coreia-crescem-antes-xo-urubologos/

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