Durante décadas, a partir do final dos anos 70, muitos dos melhores estudantes de Engenharia trocavam de caminho e iam graduar-se, ou pós-graduar-se, em Economia. Outros, simplesmente, largavam a profissão e aventuravam-se por pequenos negócios, como o célebre caso do já falecido Odil Garcez Filho, um engenheiro que largou a carreira e abriu uma lanchonete chamada “O Engenheiro que virou suco”, uma situação que motivou reportagens “curiosas” ou dramáticas sobre a falta de perspectivas de um profissional e, nela, a falta de desenvolvimento de um país.
De algum tempo para cá, a engenharia não virou suco, mas néctar para as empresas sedentas de profissionais, com a retomada do crescimento e o fim da era da “roda-presa” que o pessoal do martelinho privatizador vinha mantendo pelos 12 anos de Collor-Itamar-FHC.
Hoje, O Globo publica no seu caderno de empregos, o Boa Chance, uma matéria que dá a medida desta mudança. Leia só este trecho:
“O grande número de projetos nos setores de petróleo, construção civil e infraestrutura tem provocado uma busca frenética por engenheiros no Brasil. Eventos como a Copa e as Olimpíadas vão exigir um grande número de obras de infraestrutura, enquanto projetos como a construção da usina de Belo Monte e o programa Minha Casa, Minha Vida vão incrementar o segmento de gerenciamento de projetos. Outra área em constante crescimento é a de mineração, para a qual somente a Vale está selecionando 380 engenheiros neste momento. O Boa Chance reuniu as oportunidades de seis empresas: juntas, elas vão contratar cerca de 690 profissionais de engenharia, dentre estagiários, trainees e profissionais juniores e seniores.
A Chemtech, que contratou 200 funcionários de janeiro a maio, a maioria engenheiros – como revelou nota publicada no início do mês na coluna de Flávia Oliveira, no GLOBO – ainda tem 170 posições a serem preenchidas.
Gerente-geral de RH da Chemtech, Daniella Gallo diz que as oportunidades ofertadas são para todas as áreas nas quais a Chemtech atua, como engenharia mecânica, civil, automação de projetos, tubulação, processos, software, elétrica e instrumentação, entre outras, sendo que a grande maioria é para atender a projetos de engenharia no setor de óleo e gás.
- Estamos buscando pessoal principalmente neste momento, em que estamos com novos e importantes contratos para plataformas do pré-sal e as refinarias Premium I e II, da Petrobras – acrescenta Daniella.”
Que bom quando um país troca aquela história de “reengenharia”, que significava, quase sempre, descobrir o melhor jeito de mandar gente embora pela engenharia de verdade, que é construir um país onde se possa produzir e progredir.
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