sexta-feira, 17 de junho de 2011

Vale comprar barcos lá fora? Outra vez, não!




O Valor Econômico publica hoje uma matéria de deixar a gente de cabelo em pé. Não há nada confirmado e a empresa nega, mas é bom a gente ficar de olho no assunto, porque o uso do cachimbo Agnelli pode ter deixado muita gente de boca torta.


A história é a seguinte: a Vale lançou ano passado umaalicitação internacional para contratar 128 barcaças e 8 empurradores, comboios que vão operar na hidrovia Paraná-Paraguai, para escoar a produção da empresa na região de Corumbá (MT). No meio empresarial e no governo circulam informações segundo as quais a contrução das embarcações pode ser feita com chineses e argentinos, uma vez que os preços dos estaleiros nacionais são estariam mais altos, em razão da cotação do dólar e do preço do aço.


Segundo o jornal, o governo teria feito gestões junto à siderurgia nacional para tentar redução de preços das chapas de aço vendidas aos estaleiros para construção das barcaças.


“A redução final no preço das barcaças nacionais, porém, teria sido muito pequena. Em nota, o presidente do Sindicato Nacional da Indústria da Construção e Reparação Naval e Offshore (Sinaval), Ariovaldo Rocha, disse que a entidade defende a contratação, em estaleiros brasileiros, de todas as encomendas de embarcações necessárias às empresas nacionais, como a Vale, quem considerou um importante cliente do setor.


Rocha disse que a mineradora está recebendo embarcações para transporte fluvial construídas em estaleiro no Pará e que, portanto, existem no país as condições técnicas para que esses navios sejam construídos no Brasil. Ele reconheceu que o preço do aço e a valorização do real são fatores que reduzem a competitividade da construção naval brasileira e exigem atenção da política industrial do governo. O Valor apurou que na próxima semana a diretoria do Sinaval tem reunião prevista com o ministro do Desenvolvimento (Mdic), Fernando Pimentel.


Fabio Vasconcellos, diretor comercial do estaleiro Rio Maguari, do Pará, disse que o preço do aço naval no Brasil e o real valorizado, além do custo da mão de obra chinesa, deixam os estaleiros nacionais em desvantagem competitiva frente aos estaleiros chineses. Nessa concorrência, os argentinos também levam vantagem no quesito localização, uma vez que não vão ter o custo de transporte dos comboios para operar na hidrovia Paraná-Paraguai.”


É bom que a gente chame a atenção sobre o assunto, porque se não houver uma mobilização geral, a industria – e o emprego – brasileiros acabam dançando.



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