Hoje, no Valor Econômico, duas matérias chamam a atenção, por revelarem uma grande contradição.
Uma, a que conta que a Sony, gigante mundial de eletrônicos, trouxe ao Brasil 50 engenheiros e pesquisadores de hábitos de consumo para identificar as demandas da população das classes C e D, as quais acredita que são o grande campo de expansão da comercialização de seus produtos, considerados “top” de linha.
Nas contas da Sony, a participação destas classes, que já representa 63% de seu mercado passará a 72% do total, enquanto a parcela representada pelos consumidores de maior poder aquisitivo cairão de 37% para 28%. E Ryuji Tsutui, presidente da empresa no Brasil diz que não será por que a empresa pretenda dedicar-se a linhas mais baratas de produtos.
De outro lado, um balanço dos lançamentos imobiliários na região de Santos mostra que, fora dos financiamentos do Governo, as empresas imobiliárias só querem saber de lançar imóveis destinados ao público de poder aquisitivo mais alto. Aproveitando-se do “boom” de crescimento da cidade, no ano passado, dos 2316 imóveis lançados na cidade, 1268 (55%) eram de valor superior a R$ 500 mil. Os de valor abaixo de R$ 250 mil foram apenas 260 (11%). E os abaixo de R$ 130 mil, simplesmente, zero.
Com a especulação imobiliária campeando solta, os desafios de um programa habitacional público e a juros subsidiados tem de cuidar para não dar mais gás ainda a esta gente de goela grande.
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