Daqui a pouco, quando será recebido pela Presidente Dilma Rosseff, o presidente eleito do Peru, Ollanta Huma, começa uma série de visitas a seus colegas latinoamericanos – ele irá, também, se reunir com José Mujica, do Uruguai, Cristina Kirchner, da Argentina, e Rafael Correa, do Equador – que não é apenas um sinal de que os peruanos passarão a buscar uma maior integração continental, como garantirá solidez num início de governo onde sofrerá sabotagens da pior espécie, feitas pelos grupos oligáquicos daquele país e pelos interesses empresariais que lá atuam.
O fato de a economia daquele país estar sólida, não impede estas ações. O dia seguinte às eleições já mostrou isso, quando se derrubou, artificialmente, a Bolsa de Valores de Lima, com uma queda recorde de 12,7% em um único dia. E tanto era artificial que, nos dois dias seguintes, as altas acumularam 10,3%, embora nesta onda especulativa milhões tenham mudado de mãos e o presidente eleito tivesse de vir, repetidamente, a público acalmar “a los inversionistas”, é claro.
E são inúmeras as insinuações de grupos empresarias que que reterão seus investimentos, à espera de que o presidente mostre se sua política econômica é “confiável”.
O Brasil tem uma série de questões em que se afigura interessante uma cooperação estreita com o Peru, o quarto país mais populoso da América do Sul, com 30 milhões de habitantes.
A topografia acidentada ajuda aquele país a ter um superávit na geração potencial de energia que recomenda projetos em comum. Seu litoral, voltado para o Pacífico, é uma privilegiada plataforma de exportação para Ásia. É, todos sabem, um país de imensas riquezas minerais, uma área aberta a formarmos parcerias em que participemos, tendo como contrapartida a transferência de tecnologia e a possibilidade de permitir-lhes não depender exclusivamente de investimentos vindos dos países centrais.esta dependência, inclusive, é o principal entrave à adesão plena do país ao Mercosul, pelos acordos existentes por lá para não criar barreiras tarifárias em sua economia, totalmente aberta.
É lógico que os energúmenos de sempre tomarão como apenas “ideológica” a cooperação entre Brasil e Peru. Se for no sentido da preocupação em fazer deste continente um pólo de desenvolvimento e permitir a elevação dos níveis de vida de seus povos, certamente será.
Mas é, também, o aproveitamento de uma potencial sinergia imensa, que está aí, esperando que seus governantes vejam o óbvio.
E que ousem mostrar que as relações econômicas entre dois países possam ser de cooperação e progresso mútuo, em lugar da imposição de regras e de dominação econômica.
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