quarta-feira, 15 de junho de 2011

Investimento. Se o privado não faz, o Estado faz





Conseguimos aprovar agora à noite a concessão de crédito, pela União, de 55 bilhões de reais ao Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES).


Mas é dinheiro público a juros mais baixos que os de mercado? É. E não são juros baixos, não, são maiores do que o dinheiro que se toma lá fora.


Mas, sem esse crédito, a infraestrutura do país não avança e, sem isso, também não avançam os investimentos puramente privados.


Quer um exemplo? Se o BNDES não estivesse financiando a Petrobras, como ela estaria fazendo frente ao seu programa de investimentos?


E se a Petrobras não estivesse investindo pesado, estaria atraindo os investimentos privados que, ainda hoje, nos fazem ler a notícia de que se esgotaram os espaços disponíveis para a implantação de centros de pesquisa para o pré-sal nos terrenos da UFRJ, na Ilha do Fundão?


Leia só:


“Siemens, EMC Computer Systems e BG venceram licitação para construir unidades nas últimas três áreas disponíveis do Parque Tecnológico da UFRJ (Universidade Federal do Rio de Janeiro), que fica ao lado do Cenpes, o centro de pesquisa da Petrobras.


As duas primeiras são, respectivamente, fornecedoras da Petrobras nas áreas equipamentos de exploração de petróleo offshore e submarina e de armazenamento de dados em grande quantidades. Já a britânica BG é a principal parceira da Petrobras nos campos do pré-sal.


A companhia decidiu montar seu primeiro centro de pesquisas mundial no Brasil e investirá US$ 1,5 bilhão por conta da exigência da legislação brasileira de destinar 1% da receita bruta obtida com a exploração de petróleo a atividades de pesquisa.


A BG vai desenvolver estudos nas áreas de rochas carbonáticas (tipo no qual estão as reservas do pré-sal), gerenciamento de CO2 e segurança em plataformas.


As três empresas firmarão parcerias com setores da UFRJ para realizar estudos. A expectativa é que, juntas, as companhias empreguem 1.000 pesquisadores.


Outras fornecedoras da Petrobras –Baker Hughes, FMC Technologies, Usiminas, Tenaris Confab e Halliburton– também vão instalar centros de pesquisa na ilha do Fundão com foco no pré-sal. A Schlumberger já concluiu a sua unidade.”


Agora, estes investimentos precisam ser seletivos e fiscalizados, e isso ficou garantido no acordo que fizemos para a votação.


Mas é preciso reconhecer que estamos chegando no limite dos financiamentos possíveis, com essa forma. Creio que, dentro em breve, teremos de discutir, com prudência, a utilização de parcela de nossas reservas cambiais num fundo de investimentos estratégicos. Afinal, faz tempo que deixa-las investidas em títulos do Tesouro americano deixaram de ser uma garantia de segurança. Aliás, a China já discute usar as suas – imensas – reservas cambiais em um fundo para investimento em produção de alimentos, uma demanda estratégica para eles.


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