quarta-feira, 1 de junho de 2011

Mudanças na Telebras: a opinião de Marcelo Branco





A Folha de S. Paulo anuncia hoje a mudança na presidência da Telebras, com a substituição de Rogerio Santanna por Caio Bonilha Rodrigues. tem gente que está achando que foi uma concessão às teles. Eu defendo que as telecomunicações sejam controladas pelo Estado, por isso, acho que posso falar com certa liberdade ante “patrulhamentos” que isso não pode ser feito de uma tacada só, porque não dá para comprometer a rapidez com que isso deve ser implementado.


Por isso vou publicar o que diz sobre as mudanças o Marcelo Branco(na foto, com Lula, nas discussões do Plano Nacional de Banda Larga), que está, desde o início, nessa batalha pela internet rápida para todos. É uma opinião mais fundamentada do que a gente possa formar apenas pelas nossas preferências ideológicas. Até porque minha preferência ideológica é que a gente tenha banda larga eficiente e barata para todos.


Reproduzo o que Marcelo Branco postou na lista de discussão “Dilma na rede”:


“Com minha experiência profissional – 18 anos de Embratel, justamente nesta área de redes backbone) eu não conseguia ver como um plano nacional para levar banda larga mais barata, com mais velocidade e que chegue a muitos lugares que não chega hoje, poderia ser viabilizado somente com a reativação da Telebras. (Com) os ativos físicos que a Telebrás pode dispor, mesmo com enormes investimentos públicos (retirados de outras áreas prioritárias), levaria anos para construir um backbone realmente nacional e com capilaridade. Além disso, a Telebras não teria como chegar na última milha.Acredito que o papel da Telebrás é importante neste contexto por ser mais um player do mercado (e ser empresa pública), e pelo papel regulador e coordenador que pode ter no PNBL. Mas se desejarmos contar com a ampliação da banda larga no Brasil, creio que este plano deva envolver pequenas e médias empresas na última milha (por rádio); as atuais operadoras privadas “enquadradas” pelo governo com responsabilidades, metas e preços mais baixos e projetos já existentes em prefeituras e governos de Estado”.


Marcelo acha que o mais importante é não perder de vista que “a questão central é a banda-larga acessível a todos, não a Telebras”. Concordo, mas a Telebras não pode deixar de ser a ferramenta do Estado para fazer com que isso aconteça, abrindo espaço aos pequenos provedores e reduzindo o poder imperial das teles.



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