sábado, 28 de maio de 2011

Dilma ameaça até recorrer à Justiça



A presidente Dilma Rousseff reafirmou ontem que o governo vai negociar mudanças no texto do Código Florestal durante a tramitação no Senado para suprimir a anistia aos desmatadores. Disse que não aceita a anistia e que, se esse ponto não for retirado, ela o vetará e pode recorrer à Justiça. A presidente cobrou fidelidade da base aliada na votação da proposta.


- O desmatamento não pode ser anistiado, não por vingança, mas porque as pessoas têm de perceber que o meio ambiente é algo muito valioso que temos de preservar. É possível preservar o meio ambiente e produzir os nossos alimentos - afirmou.


Ela admitiu que poderá vetar a emenda apresentada pelo líder do PMDB na Câmara, Henrique Eduardo Alves (RN). E, em última instância, recorrer ao Judiciário, caso seu veto seja derrubado pelo Congresso.


Primeiro, tentarei construir uma solução que não leve à situação de impasse. Agora, eu tenho compromisso com o Brasil. Eu não abrirei mão desse compromisso. Somos Poderes e temos de nos respeitar: Judiciário, Legislativo e Executivo. Se julgar que qualquer coisa prejudica o país, eu vetarei. A Câmara pode derrubar o veto, não é? Tem ainda as instâncias judiciais - disse. - O governo tem uma posição, espero que a base siga a posição do governo. Não tem dois governos, tem um governo.


Em reunião com os 15 senadores do PT, voltou a tratar do projeto que altera o Código Florestal. Para ela, mudar o texto é questão de honra. Nos próximos dias, pretende repetir o almoço com todas as bancadas dos partidos aliados, e já deu o tom da condução do governo: partir para a luta política, buscando o apoio da oposição.


Dilma avaliou que está ganhando o apoio da sociedade, que ficou contra a emenda que anistia desmatadores. E não poupou críticas à articulação política do governo. Se tivesse sido mais eficiente, disse, não teria sido difícil virar os 45 votos que faltaram. Ela alertou para os riscos de suscitar questionamentos internacionais, provocando embargo à importação de produtos agrícolas brasileiros:


Temos que procurar a oposição para esse debate. O PSDB tem grande penetração na classe média, e vai ter que se posicionar nessa questão.




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