quinta-feira, 26 de maio de 2011

Querem que a Petrobras seja a Vale?




Os primeiros indícios de que haveria petróleo na camada do pré-sal surgiram em 2006. No ano seguinte, a confirmação de que era um grande depósito de óleo. Em 2008, a Petrobras fez a primeira extração de petróleo do pré-sal.


Como você vê, são apenas cinco anos entre a situação de um país que tinha reservas “na conta do chá” para suas necessidades e outro, que tem condições de tornar-se um dos maiores produtores do mundo.


Não tem sentido apressar decisões que, amanhã, serão irreversíveis.


Há um pesado plano de investimentos em curso, que inclui refinarias, petroleiros, navios-sonda, plataformas e um sem-fim de equipamentos sofisticados.


É uma rematada tolice tratar a discussão sobre o cronograma de investimentos da Petrobras com a leviandade que está sendo tratado pela mídia. Todo dia, toda hora, publicam-se especulações sobre isso.


Não se trata de cortar ou não cortar investimentos, mas da velocidade e da forma com que estes serão feitos.


A Petrobras poderia sair por aí comprando ou alugando sondas usadas. Poderia encomendar petroleiros na China. Poderia reduzir ou eliminar as exigências de conteúdo nacional nas suas encomendas. Poderia importar mão-de-obra e não formá-la aqui. Poderia optar por exportar o petróleo em bruto, em lugar de erguer caras e demoradas refinarias.


Pagaria, assim, mais barato, num primeiro momento. Aproveitaria mais rapidamente o preço alto do petróleo no mercado internacional. Lucraria mais, pagaria maiores dividendos a seus acionistas no curto prazo. Mesmo para o Governo, entraria mais rapidamente o dinheiro dos royalties e participações especiais.


A Petrobras seria, então, como a Vale foi, na gestão Agnelli. E não falta quem defenda que ela seja assim.


Ganharia muito, e muito rápido. E o Brasil perderia muito. E para sempre.



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