Ele poderia procurar ali mesmo, nos corredores do jornalismo da própria Organização Globo, uma informação que está estampada no site da TV:

Quem foram os militares que ocuparam a redação da emissora e “não deixaram” que quase nada fosse exibido sobre o assunto?
Se a Globo se apresenta como suposta “vítima da censura dos militares do SNI” (Serviço Nacional de Informações, envolvido no atentado), então por que não dá o nome dos “algozes” ao distinto público?
A partir do momento em que a ditadura acabou, qualquer boa empresa jornalística correria para abrir seus próprios arquivos que foram submetidos à censura.
Quando a TV guarda segredo dos nomes e fatos, induz à conclusão óbvia de que, em vez vítima, houve a cumplicidade de quem fez um pacto de “lei do silêncio”, sabe-se lá a troco de quê.
19 meses depois, Globo e SNI protagonizam o escândalo Proconsult
Outro fato demonstra que as relações da Globo com o SNI eram bem mais amistosas do que ela quer admitir.
Na apuração das eleições de novembro de 1982, a Globo divulgava os números da apuração repassados da totalização fraudada pela PROCONSULT (empresa de processamento de dados composta por agentes que serviam ao SNI).
O sistema de computadores estava programado para fraudar a vitória de Leonel Brizola, através de um chamado “fator delta”.
No esquema, a Globo apareceu no papel de quem divulgou dos números fraudados, e daria credibilidade ao resultado perante a opinião pública. A esquema deu errado devido à apuração paralela com base na fiscalização dos boletins de urna, feita pelo partido de Brizola.
A fraude tornava-se pública com a divulgação pela Rádio Jornal Brasil da apuração paralela.
Mesmo quando a fraude já era evidente e pública, a Globo continuou, por um bom tempo, divulgando os números fraudados, do SNI, quer dizer, da Proconsult.
Por Zé Augusto
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